Tenossinovite de De Quervain: Sintomas e tratamento.

 Tenossinovite de De Quervain: Sintomas e tratamento.
Por: Zilma Pinheiro-Terapeuta Ocupacional-CREFITO 12 Nº 18735.2 TO

                A Tenossinovite Estonosante de De Quervain (TEDQ), ou síndrome das lavandeiras, foi descoberta no século XIX no ano de 1895, por um médico suíço chamado Fritz de Quervain, sendo conhecida inicialmente como Tendinite de Quervain, o qual descreveu a entorse (luxação ou deslocamento) das lavandeiras, em detrimento dos desgastes sobre os Tendões do Músculo Abdutor Longo do Polegar e Extensor Curto do Polegar. A Tenossinovite De Quervain é causada por uma irritação dos tendões do músculo abdutor longo e extensor curto do polegar em nível do suco ósseo do processo estiloide do rádio que se caracteriza por ser um dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, onde os indivíduos fazem o uso de força e movimentos repetitivos como: Torcer uma roupa, cortar tecidos e/ou couro duros, utilização de tesouras, estileite, dentre outros movimentos repetitivos que excedem a capacidade dos tendões de deslizar dentro da bainha comum, adentro do primeiro compartimento dorsal.
                O principal sintoma dessa comorbidade é dor aguda na região do polegar (local irritado), que se intensifica através dos movimentos de garra/pinça durante o tendão do abdutor longo do polegar estabilizar a base desse dedo. É valido ressaltar que essa dor localizada nos movimentos do punho ocorre quando à mão é fechada ou quando se torce uma roupa por exemplo. De acordo com a anatomia humana, a mão é vista como um membro fundamental para a realização das atividades de vida diária (AVD), como vestir, lavar e comer. Sua função é incapaz de ser reproduzida com a mesma capacidade por outro membro do corpo. O tratamento para a síndrome de De Quervain, consiste na eliminação da inflamação dos tendões afetados, eliminando as dores e promovendo a recuperação da mobilidade. Esse tratamento consiste em três fases.
               A fase I é a fase aguda da patologia onde o tratamento consiste na redução do quadro inflamatório através do uso de medicamentos e utilização de tala imobilizadora do punho e polegar, favorecendo o repouso da zona inflamada, o que pode promover a recuperação. Nessa ocasião deve ser preservada a manutenção dos movimentos das articulações envolvidas através de exercícios terapêuticos, como alongamento no Extensor do Polegar e do Abdutor Longo do Polegar e dos Músculos Flexores e Extensores do Polegar. A fase II é a fase subaguda da patologia, o tratamento consiste na restauração da amplitude de movimento articular e da flexibilidade dos tecidos acometidos, onde deve ser iniciado o fortalecimento muscular. É necessário fazer o fortalecimento de força de preensão e pinça, assim como o treino de resistência para o retorno ao trabalho, o aquecimento da mão e punho por meio da hidromassagem ou compressa quente e massagem manual, que pode proporcionar ao tecido uma vasoventilação, relaxamento e aumento da extensibilidade dos tecidos, seguido de exercícios de alongamento para o fortalecimento muscular. A fase III é a fase crônica da patologia, marcada por deformidades, sequelas e redução da amplitude de movimentos. O tratamento deve ser realizado com parafina, turbilhão e orientação psicológica, com a finalidade de proporcionar uma sensação de relaxamento e qualidade de vida. Nesse caso pode ser necessário um tratamento cirúrgico, visando a abertura da bainha fibrosa espessa e estenosada, local por onde os tendões se conduzem para o polegar, facilitando seu livre deslizamento e regredindo a inflamação que está relacionada ao conflito de espaço. O processo cirúrgico é simples e não apresenta risco, os pontos são removidos em poucos dias e o uso de órtese imobilizadora se faz necessário até a remoção da sutura. Após 15 dias, o paciente pode voltar as suas atividades normais, dando uma atenção especial para sua ergonomia e assim evitar uma recorrência.
Ressalta-se que a ergonomia é um estudo que está relacionado com as condições laborais de trabalho do individuo, seu principal objetivo é estabelecer uma harmonia direta com as condições físicas e cognitivas do individuo a fim de proporcionar eficácia, confiabilidade no setor de trabalho, aumento da produtividade, diminuição de risco, dentre outras situações que possam causar absenteísmo e adoecimentos decorrentes do mundo do trabalho.

Referências.
ANTONALIA, Cláudio. Ler/DORT: Prejuízos sociais e fator multiplicador do custo Brasil. São Paulo: 2008.
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.  Disponível em: < http://www.eps.ufsc.br/disserta98/cherem/cap2.htm>.Acesso em 25.03.16 ás 20h.


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